dei entrada no Gênesis à 0h do dia 17. foi o hospital indicado pelo meu
médico e o mais sugerido pelas amigas e conhecidas. nem cheguei a ir lá
antes. confiei. meu receio era só pelo fato do meu plano ser enfermaria.
o que significava dividir o quarto com mais duas pacientes. realmente,
foi o único pontinho negativo, mas fácil fácil de ser relevado, diante
de tanta coisa boa que ali aconteceu.
neto e roberto (padrinho da clara e meu cunhado) foram nos deixar. michelle iria ficar me acompanhando. tínhamos até as 4h40 para dormir, segundo a enfermeira. mas deu, no máximo, para descansar. quando cheguei, o quarto estava vazio. o que ajudou muito. ficamos bem à vontade. fui chamada para a sala de parto antes do previsto. nessa hora, neto e mamãe já tinham chegado para acompanhar tudo.
é claro que bate um nervoso, um medo, uma ansiedade ainda maior. mas posso dizer que estava calma. como tinha esquecido de pedir autorização ao dr. egito para neto acompanhar o parto, minha preocupação naquele momento era essa: que ele entrasse. precisava dele ao meu lado. o anestesista da equipe, que me recebeu, ajudou nisso e em me manter calma durante todo o parto. não gravei o nome dele, mas ele foi um amor de pessoa.
a única coisa que senti foi um leve e rápido enjoo após o anestesista aplicar as medicações. achei que fosse vomitar e a possibilidade de vomitar em um ambiente estranho sempre me deixa tensa. mas logo logo passou. quando os médicos iniciaram o parto, apesar de dormente, 'senti' mexidos e empurrões na minha barriga. mas nenhuma dorzinha.
durante todo o parto, neto ficou ao meu lado. exatamente como desejei: me dando apoio, segurando minha mão. achei ele nervoso, mas claro que ele jura que não estava. quando clarinha ia ser retirada, o anestesista nos avisou e deu o ok para ele começar a fotografar. fiquei ali, sozinha atrás do pano, esperando notícias dela. eram 5h20 quando clarinha 'surgiu', chorando. um choro tão lindo que mais parecia um "oi, cheguei".
enquanto ela chorava, os médicos iam me falando sobre o quanto ela era grande, gordinha, e como ela estava bem. eu também chorei. chorei de emoção, de alívio, de alegria, de um misto de sentimentos difíceis de descrever. respirei fundo e agradeci a deus por ter dado tudo certo, por ela ser perfeitinha. quando o pediatra a trouxe para perto de mim, clara continuava a chorar. minha filha nasceu exatamente como eu pensava... branquinha do cabelo pretinho. só não imaginei que estava tão comprida e gordinha: com 54cm, pesando 3.950kg.
do meu braço, o médico a levou para pesar e dar os outros cuidados. neto ficou dividido, sem saber a quem acompanhar, mãe ou filha. e eu reforcei o que já tinha pedido a ele: não sai de perto da nossa filha nem por um minuto. e assim ele fez. nos reencontramos no quarto. neto ficava entre quarto e berçário me dando notícias, junto com michelle. a dinda da clara deu entrada no hospital junto comigo e também não desgrudou mais dela.
clara nasceu em menos de 20 minutos. a cirurgia toda deve ter durado no máximo uns 40. retornei ao quarto - o leito 202 A - por volta das 6h. mamãe estava me aguardando. engraçado que citei a palavra 'sozinha' aqui, mas a verdade é que não estive sozinha, nem me senti assim, em momento algum. clarinha foi gerada, se desenvolveu e nasceu rodeada de tanto, tanto amor. não tinha como não ser tudo lindo, com tanta paz e alegria.
filha, obrigada por me fazer mãe. que seus dias aqui fora continuem sendo sempre assim, iluminados. te amo!
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