terça-feira, 30 de agosto de 2011

na sala de espera, um pai

a gravidez está me trazendo surpresas diárias. e a reação das pessoas ao meu redor com certeza é a maior delas. ver a alegria das pessoas quando digo que estou grávida no início até me assustava, hoje me encanta. ver essa alegria nas pessoas diretamente ligadas a mim e ao meu bebê me emociona. com neto, não foi diferente. sempre soube o quanto ele desejava ser pai, e sempre quis dar esse presente a ele.

e ele reagiu exatamente como eu imaginava. parecia uma criança ganhando um brinquedo novo. "pai? eu vou ser pai? pai! eu vou ser pai!". e como ele já mudou... como ele vem levando essa nova missão a sério, como ele está sendo companheiro. sábado, quando fomos no laboratório para os meus primeiros exames, uma situação um tanto engraçada me fez, depois de conter os risos, enxergar isso com muita clareza.

entrei para a coleta do meu sangue e neto ficou sentadinho na recepção. neto, para quem não conhece, faz (só faz) aquele tipo metido a tímido e macho. assunto de mulher, é de mulher, sabe como é? e como ele diz...ele atrai pessoas falantes e doidas. ou seja, tem sempre alguém que escolhe sentar ao lado dele para puxar conversa.

nesse dia, uma mulher também grávida, que foi atendida ao meu lado, resolveu compartilhar experiências com ele. e começou o interrogatório: sua mulher está grávida? sim, está. quanto tempo? seis semanas. mas ela não está tomando ácido fólico? (a pessoa que não só ouve a conversa do vizinho, como também se mete) não, ainda não. mas ela tem que tomar, vocês têm que ligar para o médico dela hoje e ver isso, porque o ácido fólico é importante para isso, aquilo e mais um pouco... vocês já fizeram a ultra? não, ainda não. há, mas com seis semanas já dá para ouvir o coração dele. meu marido chorou tanto, você vai ver como é emocionante...

quando sai do consultório e vi a cena já comecei a rir sem nem saber a pauta. pensei que ele já estava impaciente com a mulher, mas que nada, incorporou o papel 'pais por dentro de tudo' e começou a brigar comigo porque eu não tava tomando ainda o tal do ácido fólico. eu confiei no médico, ora. mas acho que ele esqueceu desse detalhe na minha primeira consulta. mas neto nem nem pras minhas explicações, ficou lá me dando sermão. e eu nem nem pro sermão, achei mto lindinha a preocupação dele.

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