quarta-feira, 21 de novembro de 2012

dizer não, como é difícil

sempre andei muito tranquilamente com a clara de carro. só ela e eu. independente como sou, dificilmente transformaria essa situação em empecilho para sair, resolver minhas coisas, fazer minhas comprinhas. afinal, é essa a função do bebê conforto, não? contribuir para a nossa independência!

clara também sempre pareceu gostar muito, como a maioria dos bebês, e sempre se comportou muuuito bem. dormia, dava uns gritinhos, brincava, interagia comigo muitas vezes. de ontem para hoje, porém, ela aprendeu a reclamar. minha pequena já sabe direitinho o que fazer quando quer algo. e é exatamente o que faz quando não quer ficar presa no bebê conforto: reclama, reclama, reclama, até chorar.

clara pouco chora, como já citei aqui várias vezes. e hoje, quando fui pegá-la na creche, a vi chorar pela primeira vez por um motivo tão banal. chorou de escorrer lágrimas quando a deixei no bebê conforto no banco de trás do carro. naquele momento, no impulso, para agradar mesmo, eu fiz algo bem feio e irresponsável: coloquei-a no bebê conforto no banco do passageiro, ao meu lado.

ela continuou reclamando e eu comecei a me sentir bem mal com a atitude que tinha acabado de tomar. não quis mais parar o veículo e segui até a casa da minha mãe refletindo sobre como vai ser difícil - porém extremamente necessário - dizer não, quantas vezes for. atendi ao 'apelo' dela naquele momento para não vê-la chorar. só que a pegadinha está exatamente aí: sem perceber, começamos a abrir - uma vez aqui, outra ali - exceções às regras. e sem perceber mais um pouco, nós mesmo acabamos com as regras. 

não quero parar de perceber esses detalhes. por isso caminho a passos lentos, tentando absorver ao máximo os aprendizados diários. hoje, o maior de todos foi esse.

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